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Suspeitos de envolvimento com PCC têm prisão determinada pela Justiça Investigado pela Polícia Civil do Ceará, um chefe da facção criminosa foi executado a tiros de fuzil, em São Paulo








>O atentado cinematográfico que ceifou com a vida de dois líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), no Ceará, que surpreendeu todo o País, está tomando contornos decisivos. Seis suspeitos de participarem do crime ou de estarem envolvidos na teia criminosa que a facção teceu no Estado tiveram a prisão temporária decretada pela juíza da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz, na última quinta-feira (22), a pedido da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil.




A investigação da Draco apontou que Wagner Ferreira da Silva, Felipe Ramos Morais, Francisco Cavalcante Cidro Filho, José Cavalcante Cidro, Samara Pinheiro de Carvalho Cavalcante e Magna Ene de Freitas agiram em conluio no assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o ‘Gegê do Mangue’, 41, e Fabiano Alves de Souza, o ‘Paca’, 38, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no último dia 15 de fevereiro. O processo corre sob sigilo de Justiça, mas o Diário do Nordeste teve acesso ao mandado de prisão.




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No mesmo dia que teve a prisão decretada, um dos suspeitos foi assassinado bem longe do Ceará. Wagner Ferreira, conhecido no mundo do crime como ‘Cabelo Duro’, 32, foi executado em frente ao Hotel Blue Tree Tower, no bairro Jardim Anália, área nobre da zona leste de São Paulo, na noite de quinta-feira (22). Câmeras de monitoramento do empreendimento filmaram dois suspeitos disparando vários tiros de fuzil contra o criminoso, que morreu no local. Duas hóspedes ficaram feridas por ‘balas perdidas’, durante a ação criminosa.

‘Cabelo Duro’ era o chefe do tráfico de drogas na Baixada Santista, em São Paulo, e teria ingressado no PCC ao ser apadrinhado justamente por ‘Gegê do Mangue’. Entretanto, Wagner teria traído o padrinho e participado da sua morte.




Bilhete




Um bilhete trocado por presos ligados ao PCC, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo, e apreendido pela Polícia, no último domingo (18), já revelava o envolvimento do traficante santista com o crime. 




O escrito dizia que ‘Cabelo Duro’ havia contado que Gilberto Aparecido dos Santos, o ‘Fuminho’ (braço direito e ‘gerente’ do líder máximo da organização, Marco Willians Herbas Camacho, o ‘Marcola’) era o responsável por mandar matar os membros da alta cúpula no Ceará. 




“O Wagner, que a alcunha é ‘Wagnininho da Baixada’ ou ‘Cabelo Duro’, é o mesmo indivíduo que foi citado no bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Seria ele, junto com o ‘Fuminho’ e outros, os responsáveis pela morte do ‘Gegê’ e do ‘Paca’. Ele estava envolvido na morte dos dois e, possivelmente, seria preso pela Polícia”, afirmou o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que acompanha as investigações do caso.




Para evitar ainda mais exposição da teia criminosa por trás das mortes de ‘Gegê’ e ‘Paca’, o PCC teria se antecipado à investigação e executado o líder da facção na Baixada Santista. Para o promotor Gakiya, o assassinato foi “queima de arquivo”.




Crescimento




Três membros da ‘Sintonia Final Geral’ – a alta cúpula do PCC – mortos devido a um racha interno na maior facção criminosa do Brasil. Quem está crescendo com essa crise, dentro da organização, é Gilberto Aparecido, o ‘Fuminho’, que se tornou um dos principais alvos da Polícia.




Conforme o Ministério Público de São Paulo, o criminoso que gerencia as contas de ‘Marcola’ e da organização criminosa deve ganhar mais protagonismo com a execução de ‘Gegê’ – que teria sido planejada por ele próprio e por comparsas – tornando-se o número 1 do Primeiro Comando da Capital nas ruas.




Informações colhidas pelos investigadores apontam que ‘Fuminho’ vivia no Paraguai e teria dado a última palavra para o grupo cometer os assassinatos dos dois membros da cúpula, depois de ‘Marcola’ atribuir esta função a ele. O líder máximo da facção estava sem comunicação, no presídio.




‘Gegê do Mangue’ e ‘Paca’ teriam sido sentenciados pela própria facção porque “estavam roubando”, segundo o bilhete apreendido em Presidente Venceslau. Esse motivo já tinha sido apontado pelo Ministério Público de São Paulo, já que a dupla estava sendo malvista pela cúpula da organização devido a vida luxuosa que levava no Ceará, possuindo residências e automóveis milionários.




Um fato curioso que reforça a ordem do PCC para o crime é que os detentos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau não se reuniram, no banho de sol, nesta semana, para rezarem por ‘Gegê’ e ‘Paca’, como é de costume na facção quando algum membro morre. A informação foi obtida pelo site El País Brasil.






Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), através da assessoria de comunicação, se negou a comentar a investigação do caso.

fonte DN



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