— Os “autoanticorpos” produzidos pela doença podem atingir o sistema nervoso central, causando essas alterações, e, em casos mais graves e raros, até convulsões e psicose — explica Luiz Carlos Latorre, membro da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
O médico explica, também, que depressão e ansiedade podem acontecer em decorrência das consequências que a doença causa no corpo:
— A doença pode causar alterações na pele e, pelo uso de remédios, mudar a estética da pessoa, fazer com que ela ganhe peso. Toda doença crônica, por causar restrições na vida do paciente, pode causar impacto na vida emocional.
O psiquiatra Rodrigo Pessanha diz, ainda, que os próprios medicamentos usados para tratar o lúpus, como imunossupressores e corticoides, podem causar efeitos depressivos:
— Para o tratamento, é preciso escolher um antidepressivo que não entre em conflito com os medicamentos que a pessoa usa. Além disso, é recomendado fazer uma terapia cognitiva comportamental.
Entenda o lúpus
MULHERES JOVENS — A maioria das pessoas que sofre da doença são jovens e mulheres, diz a reumatologista e diretora do Centro Multidisciplinar Fluminense, Selma Merenlenders. “Existe relação (da doença) com o hormônio estrogênio”, diz a médica. São 9 mulheres atingidas para cada homem.
IDOSOS — A doença, porém, também pode se manifestar em idosos, mas com tendência a evoluir mais lentamente e com menos gravidade, explica Selma.
PREDISPOSIÇÃO — Existe predisposição genética, mas ações externas podem desencadeá-la, como infecções e remédios.
SINTOMAS — Os sintomas podem ser perda de peso, indisposição, falta de apetite, febre passageira. O lúpus pode atacar qualquer órgão do corpo, causando inflamações. As mais comuns são na pele e rins, mas pode atingir pulmões, coração, sistema nervoso.
DIAGNÓSTICO — O diagnóstico é clínico e com exames laboratoriais. Não há cura, mas o paciente pode ter vida normal, com remédios e acompanhamento médico por tempo indeterminado.
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