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Candidaturas montam estratégias De valores ilimitados, até 2014, as campanhas passaram a ter um teto. No caso de Fortaleza, ele é de até R$ 12,4 milhões, no primeiro turno




Na campanha do então candidato e atual prefeito Roberto Cláudio, em 2012, os dois maiores gastos efetuados foram com “serviços prestados por terceiros” e “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo” ( Foto: Kleber A. Gonçalves )
Já na prestação de contas do candidato derrotado, Elmano Freitas (PT), a maior despesa realizada também foi com “serviços prestados por terceiros”, mas em seguida vieram gastos com “produção de jingles, vinhetas e slogan” ( Foto: Fabiane de Paula )
Mesmo após a revisão para cima, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do limite de gastos permitido para as candidaturas a prefeito e vereador em Fortaleza, o cenário previsto para o pleito no município é de muita dificuldade para custeamento das campanhas eleitorais. 
 
 
Isso porque, em linhas gerais, a estrutura necessária para sustentar uma campanha com potencial de vitória permanece a mesma, mas na contramão disso o custo de cada item necessário para a promoção de uma candidatura subiu e tanto as fontes de financiamento quanto o teto estabelecido para que os candidatos gastem foram reduzidos. 
Para efeitos comparativos, entre o ano de 2012 e 2016, a valorização do salário mínimo foi de 41,4%, passando de R$ 622,00 para R$ 880. 
Já o preço da gasolina que custava em média R$ 2,67, nos postos da Capital em outubro de 2012, hoje custa em média R$ 3,86. O aumento no período é de 44,5%. Esses são apenas dois dos insumos indispensáveis na estruturação de uma campanha.
Em Fortaleza, na campanha de 2012, quem mais teve despesas de campanha declarada foi o atual prefeito Roberto Cláudio (então no PSB, hoje no PDT). 
Ao todo, ele gastou pouco mais de R$ 18,5 milhões de reais. Esse valor é inferior à soma do que o pedetista, candidato à reeleição, e seus oponentes poderá gastar nos dois turnos das eleições municipais deste ano: R$ 16,1 milhões. 
E se for levada em consideração a correção inflacionária, para realizar uma campanha do mesmo porte da que fez Roberto Cláudio há quatro anos, seria necessária uma despesa total de R$ 24,8 milhões. Isso significa dizer que, na prática, um candidato poderá gastar no máximo 64% do que foi gasto em 2012 pelo atual prefeito.
Despesas em 2012
Segundo dados da prestação de contas do então candidato Roberto Cláudio ao TSE, no ano de 2012, os três maiores gastos efetuados na campanha dele foram com “serviços prestados por terceiros” (R$ 5.853.226,73), “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo” (R$ 2.519.825,00) e “publicidade por carros de som” (R$ 1.843.779,50).
Já na prestação de contas do candidato derrotado no segundo turno, Elmano Freitas (PT), a maior despesa realizada também foi com “serviços prestados por terceiros”, totalizando R$ 4.406.735,68. Em seguida vem gastos com “produção de jingles, vinhetas e slogan” (R$ 2.123.000,00) e com “publicidade por materiais impressos” (R$ 1.337.688,41).
A campanha do pedetista fez ao todo 883 pagamentos, que juntos somaram o valor de R$18.553.192,83. 
Já a campanha do petista fez mais de quatro vezes menos pagamentos: 200.
O total gasto, contudo, foi de R$ 11.668.343,09, ou cerca de 37% a menos. Em 2012, o menor pagamento feito pela campanha de Elmano Freitas foi de R$ 5,50 em despesas com “água” e o maior pagamento foi de R$ 1 milhão com “serviços prestados por terceiros”. Já a campanha de Roberto Cláudio também teve como menor pagamento efetuado, uma compra de água no valor de R$ 2,90 e o maior pagamento foi uma multa eleitoral no valor de R$ 647.996,04. 
Redução de custos
O coordenador da campanha da ex-prefeita Luizianne Lins, que quer voltar ao Paço Municipal, Waldemir Catanho, não quis detalhar como a candidatura petista fará para reduzir custos, em um contexto de limitação de gastos, mas disse apostar na colaboração espontânea de apoiadores de seu partido para arrecadar fundos. 
Ele admitiu, contudo, que é “a barganha política o que encarece de fato as campanhas”, expressando preocupação que as novas regras eleitorais estimulem o caixa dois e que não consigam coibir a compra de votos. 
Catanho lembrou ainda que “o PT já teve militância remunerada, mas não utilizaremos desse tipo de recurso nessas eleições. Teremos de fazer do limão uma limonada. É realmente um processo de conscientização política em que será necessário que se volte a ter uma prática que o próprio PT tinha”, acrescentou. Ele disse, por fim, que a coordenação da campanha de Luizianne ainda está negociando a escolha do marqueteiro. 
Iraguassu Filho, tesoureiro-adjunto do diretório estadual do PDT, que terá o prefeito Roberto Cláudio concorrendo à reeleição, minimiza o estabelecimento de um teto de gastos pelo TSE. “Do mesmo jeito que tem a limitação de recursos, tem a limitação da propaganda, o que contrabalança a questão dos custos. A própria redução da campanha para 45 dias deve reduzir alguns gastos”, aposta o pedetista. 
Ele acrescenta que com essa redução do tempo de campanha em 2016, “teremos menos gastos com som e com combustível. Não será permitida a pintura de muros, o envelopamento de carros, então são custos que não teremos nessa campanha. Além disso, nós trabalhamos com a expectativa da arrecadação do Fundo Partidário, já que Fortaleza é uma das capitais prioritárias para o PDT.
Iraguassu Filho conclui dizendo que a campanha de Roberto Cláudio e de outros candidatos pedetistas no Ceará devem apostar nas ferramentas da internet, tais como as redes sociais. 
“Elas podem massificar uma campanha, a um custo bem reduzido. Vamos trabalhar muito com as mídias digitais, dentro dos parâmetros que a legislação permite”, comenta. 
FONTE.Diário do Nordeste.




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