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Traficante internacional é capturado no Ceará De acordo com a Polícia Federal, imóveis foram utilizados para lavar o dinheiro obtido com as negociações ilícitas


O pernambucano Enock Antônio Rodrigues, de 45 anos, que estava no Ceará há cinco anos, é apontado pela Polícia Federal como o chefe da quadrilha ( Fotos: JL Rosa )
Taísa Santos da Silva, de 29 anos, também foi presa ontem, mas acabou liberada. Segundo a PF, há vários imóveis adquiridos pelo tráfico no nome dela
Um esquema internacional de tráfico de drogas foi desmontado ontem pela Polícia Federal (PF). Durante operação simultânea no Ceará e outros três Estados, três pessoas foram capturadas, apontadas como responsáveis pela distribuição de entorpecentes no Nordeste. Um casal foi preso em Fortaleza, e o homem é apontado como a liderança do grupo criminoso. Conforme as investigações, imóveis foram usados para lavar o dinheiro obtido com o tráfico.
A "Operação Construtor", deflagrada ontem, teve ações nos Estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Paraná. Enock Antônio Rodrigues, 45, e Taísa Santos da Silva, 29, foram presos em uma das residências deles, uma casa "de alto padrão" no bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza, conforme a PF. A mulher acabou liberada, ainda ontem.
Já em Pernambuco, foi capturado o auxiliar de serviços gerais Wilson Rocha. De acordo com as investigações, ele é suspeito de "distribuir, realizar entregas e cobranças de drogas, depositando o dinheiro nas contas determinadas pelo líder da organização criminosa", segundo relatou o delegado Dário de Sá Leitão, responsável pela operação, em entrevista à TV Globo.
Comando
Enock, que é pernambucano, vive no Ceará há cinco anos, de acordo com a PF. Com a mulher, tem dois filhos. As apurações indicam que ele comandava o esquema, adquirindo drogas, principalmente cocaína, no Paraguai. O produto ilícito chegava ao Nordeste e era distribuído através de uma rede por ele montada e administrada. Dentre os homens de confiança de Enock, em Pernambuco, estavam Airton Benjamim Sibiles, Júlio César da Silva e o químico paraguaio Miguel Angelo Overlar. Os três foram presos pela Polícia Federal em 2014, com aproximadamente 25 quilos de cocaína, além de armas e dinheiro, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco. A captura do trio, há quase dois anos, deu início às apurações que levaram os federais à deflagração da "Operação Construtor", ontem.
Conforme a superintendente em exercício da PF em Pernambuco, delegada Patrícia Cunha, o nome da operação foi dado em alusão à maneira como a quadrilha lavava o dinheiro das drogas.
"A quadrilha investia basicamente em imóveis, em terrenos para construir, e posteriormente revender, ou seja, em imóveis residenciais ou empresariais. Até o momento, detectamos seis empresas abertas com aparência de funcionarem meramente de fachada. Estamos investigando o dinheiro que essas empresas movimentaram", disse.
Ordens judiciais
A 13ª Vara Criminal, em Recife, emitiu três mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. Três veículos foram apreendidos e oito contas bancárias, bloqueadas. Oito imóveis ainda foram sequestrados pela Justiça. Também foi quebrado o sigilo fiscal de quatro pessoas, entre físicas e jurídicas.
O advogado Leonardo Feitosa Arraes Minete, que representa a defesa do casal preso em Fortaleza, afirmou que Taísa foi liberada ontem durante audiência de custódia por vídeoconferência e que entrará com pedido de liberdade para Enock. "O Ministério Público, juntamente com o juiz, constataram que não havia mais necessidade de mantê-la presa preventivamente, ouvindo as ponderações da defesa. Agora iremos providenciar medidas judiciais para também liberá-lo e revogar a prisão preventiva dele".
DIÁRIO DO NORDESTE

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