“Meu pai achou que era brincadeira da minha mãe, jogando gelo na gente de dentro de casa. Mas, quando vimos caindo mais e a chuva forte doendo nas costas, é que notamos que era do céu. Juntamos umas e tiramos a foto. Chamamos os vizinhos para verem. Foi uma festa!”, conta Jardan.
A chuva durou cerca de uma hora, entre 16h e 17 horas, “depois ficou só o sereno”. “A gente tem um termômetro aqui e, por ser serra, já teve de ficar muito frio. Mas granizo foi a primeira vez que eu vi”, relata o estudante.
O granizo pode ser comum quando o Estado é influenciado pelo fenômeno “Cavado de Alto Níveis”, como explica, por meio de assessoria de imprensa, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O Cavado tem grande extensão vertical, cerca de 12 km, e topos muito frios, o que auxilia na formação de nebulosidade, com nuvens do tipo cumulonimbus, com grande capacidade de fazer precipitar granizo.
De acordo com imagens de satélite da Funceme, o Cavado de Altos Níveis teve um pico de temperaturas baixas (entre 65 e 85 graus Celsius negativos), com nuvens bem desenvolvidas, às 16h30, exatamente no norte da Serra da Ibiapaba - o que explica a ocorrência de granizo em Viçosa.
O fenômeno tem características parecidas com o "Vórtice Ciclônico de Altos Níveis”, que atuou no Ceará nas últimas semanas de dezembro, provocando chuvas e precipitações de granizo em Ubajara (na Serra da Ibiapaba, a 304 km de Fortaleza) e Barbalha (no Cariri, a 507 km da Capital).
Diário do Nordeste