Conforme dados da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), foram registrados 21 ataques a instituições financeiras com uso de explosivos no Estado durante o ano. Em 2014 havia sido 38 ações contabilizadas pela Polícia, o que representa uma diminuição de 44,7% nos ataques. Naquele ano, o Ceará apresentou aumento nas ocorrências em comparação com 2013, quando 37 explosões foram somadas.
Já em números absolutos, a quantidade de ações criminosas em que bancos, caixas eletrônicos, carros-fortes e funcionários de agências foram alvos diminuiu 7,4%, segundo o balanço da DRF. Até o fechamento desta edição, havia sido 62 ações registradas em 2015, ante 67 percebidas em 2014. Em 2013, foram 88 ataques. Em comparação com aquele ano, a diminuição foi de 29,5%.
A Especializada contabilizou em 2015, 12 roubos, 10 arrombamentos ou furtos com uso de maçarico, 10 tentativas de arrombamento de agências, quatro ações contra carros-fortes e malotes, três 'sapatinhos', uma tentativa de 'sapatinho' e uma tentativa de roubo. O mês com maior número de ocorrências no geral foi fevereiro, com 10 ações registradas no período. Metade dos casos, no entanto, foram tentativas sem sucesso.
Dezembro registrou, até o fechamento desta edição, quatro ações, sendo um roubo, duas tentativas de arrombamento e uma tentativa de 'sapatinho'. Apenas em um caso os bandidos levaram algo. Na tentativa de 'sapatinho', a quadrilha foi presa.
O delegado titular da DRF, Raphael Vilarinho, comemorou a redução nas ocorrências, destacando principalmente a diminuição nas explosões de agências bancárias no Estado. "A explosão é um crime gravíssimo que mais prejudica a população, pois fica sem movimentar dinheiro na cidade, que geralmente é no Interior. A população fica desamparada, tendo que ir a outro município fazer suas movimentações. E tudo isso leva risco à vida dos populares e policiais. Então, a gente focou mais nossas ações na repressão à explosão nesse ano", afirmou o delegado.
Região
Vilarinho também citou dados obtidos pela DRF em relação a outros Estados da Região Nordeste do País. Conforme os números apresentados pelo titular da Especializada, o Ceará aparece bem posicionado em relação à quantidade de ações criminosas contra instituições financeiras usando explosivos.
"Em relação ao Nordeste, estamos muito bem. Considerando que na Paraíba foram 75 ataques com uso de explosivo no ano, em Pernambuco, os ataques triplicaram comparado com ano passado e na Bahia, até pelo vasto território, só vem aumentando a quantidade. E aqui no Ceará, desde 2014, temos uma linha decrescente, de diminuição". Conforme a autoridade policial, há trabalhos sendo desenvolvidos em todo o Brasil para reduzir os ataques a bancos. Segundo o delegado, as instituições financeiras estão colaborando com os trabalhos da Polícia e incentivando a diminuição através de parcerias entre os setores público e privado.
"Na maioria das vezes a instituição financeira está mais preocupada com os ataques cibernético, mas estão investindo também na prevenção aos ataques com explosivos, furtos e roubos. Conseguimos, no Ceará, fazer uma parceria no intuito de diminuir o número de explosões. Houve uma aproximação muito importante com o gestor de segurança. Vamos instituir uma parceria para que os bancos financiem cursos para os policiais ficarem especialistas em todos os ataques. Vamos tentar agora, a partir desse ano, estruturar um setor de inteligência para os policiais da DRF", pontuou.
Com a parceria firmada entre as partes interessadas, a Polícia projeta mais diminuições nas ações criminosas contra as instituições financeiras no Ceará para o ano de 2016.
"A projeção é tentar diminuir mais ainda os ataques no ano que vem. O nosso atual esforço é para isso. Aqui no Ceará nós conhecemos todos os especialistas em explosivos. Conhecendo a maioria deles, existe a parceria grande entre os Estados do Brasil em relação aos ataques a banco. De três em três meses, todos os delegados de DRF do Brasil se reúnem em Brasília, um projeto financiado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Nós nos reunimos, trocamos informações, temos grupos no WhatsApp. O contato é direto. Prendemos várias aqui e lá fora assim, já", afirmou.
Diário do Nordeste