O juiz federal Fabrício de Lima Borges, da 16ª Vara da Justiça Federal em Juazeiro do Norte, mandou prender três acusados de crimes de tráfico de mulher venezuelana e de submetê-la a uma condição análoga à de escravo. A ação penal, ajuizada pelo Ministério Público Federal em outubro de 2018, denunciou os réus por manterem Yorgelis Carolina Del Valle Quijada em cárcere privado e sujeitá-la a condições degradantes de trabalho.
A vítima foi trazida de Boa Vista (RR) para Russas (CE) e, depois, até Juazeiro passando a morar na casa de uma professora na Rua Coronel Nery (Bairro Pio XII). Ela trabalhava todo dia sem direito a descanso, trancada, sem acesso a telefone, internet ou outro meio de comunicação. As únicas refeições fornecidas eram o almoço e o jantar, além de sofrer constantes humilhações.
Na sua sentença, o juiz concluiu que os réus aliciaram a venezuelana e a transportaram com o objetivo de reduzi-la à condição análoga de escrava. “Eles não só cercearam a sua liberdade de locomoção como a submeteram a trabalhos forçados à jornada exaustiva e a condições degradantes de trabalho”, considerou o magistrado.
Foram condenadas a reclusão em regime fechado a professora Cosma Severina de Oliveira a 10 anos decretando ainda a perda dos dois cargos públicos no magistério; Eugênia Michelly de Oliveira Queiroz a pena de nove anos e quatro meses; além de José de Arimateia Alecrin de Figueiredo a pena de quatro anos e seis, porém no semiaberto. Cosma tinha sido presa na sua casa no dia 8 de outubro de 2018 e deixou o cárcere no dia 22 de novembro daquele ano após ser tornozelada.
FONTE MISÉRIA