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Municípios cearenses estão entre os mais quentes do Brasil



Outubro de 2019 foi o mês mais quente já registrado no planeta, segundo o Serviço Europeu de Mudança Climática Copernicus. A tendência de altas temperaturas, a partir deste mês, se mantém nos municípios cearenses.

Neste ano especialmente, o Estado vem apresentando máximas mais elevadas. Jaguaribe, na região Jaguaribana, registrou o maior índice do País no último dia 2 de novembro. O Município atingiu 40,5ºC e marcou a maior temperatura para a primeira semana deste mês. Em 2018, também liderou o ranking das altas temperaturas para novembro. Conforme levantamento realizado pelo Núcleo de Dados do Sistema Verdes Mares junto à Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no dia 22 de novembro do ano passado, a cidade atingiu a marca dos 39,6 graus Celsius.

Já a cidade de Sobral, no Norte do Estado, liderou o ranking das temperaturas no Brasil no último dia 24 de outubro. Naquele dia, os termômetros alcançaram a marca de 38,8 graus Celsius.

Tendência histórica

Os institutos de análise de tempo e clima observam que a partir de outubro a temperatura no Semiárido Nordestino é mais alta em decorrência da passagem do Sol para o Hemisfério Sul, onde, em dezembro, começa o verão geográfico. Neste ano, entretanto, as temperaturas máximas estão mais elevadas em até dois graus Celsius. O meteorologista da Funceme, Raul Fritz, atribui o fato ao ciclo de chuvas abaixo da média.

"Creio que essas temperaturas, ligeiramente acima dos dados históricos, são consequência da longa estiagem que se prolonga em grande parte do Ceará", explica. "Precisaríamos de um estudo científico mais prolongado para analisar melhor essa questão".

Flaviano Fernandes, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), confirma o prognóstico. Segundo o pesquisador, nos últimos dias há registros de temperaturas máximas em torno de 40ºC. Além disso, as mínimas também sofrem alterações, variando entre 22ºC e 24ºC. "Estão acima, em torno de um grau, para essa época do ano", pontua o especialista.

Picos no Estado

O maior registro (40,5ºC) deste ano repetiu a temperatura verificada em 19 de outubro de 2016. Ambas figuram como a segunda maior média da última década no Ceará para o mês de outubro. A marca fica atrás, apenas, da observada em Crateús (44,1ºC) no dia 14 de outubro de 2013, município detentor das três maiores temperaturas para o intervalo de dez anos: 2013 (44,1ºC), 2016 (40,1ºC e 39,8ºC).

Nessa série histórica, Jaguaribe figura com sete dos dez maiores índices: 2019 (40,5ºC), 2016 (40,5ºC), 2016 (40,6ºC), 2016 (40,1ºC), 2012 (39,9ºC), 2012 (39,8°C) e 2012 (39,8ºC).

Acima da média

O mês de outubro deste ano ficou 0,63 graus acima da temperatura média do período de referência de 1981-2000, quebrando o recorde que até então era de 2015, (0,62°C). Esse cenário de altas temperaturas já era esperado. Em agosto deste ano, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) estimou que 2019 estaria entre os cinco anos mais quentes do planeta. A alta está em sintonia com os impactos das mudanças climáticas.

Umidade do ar

No segundo semestre do ano, outro fator que gera preocupação é a baixa umidade do ar nos municípios cearenses. Até o último dia 5, quatro cidades no Estado entraram em estado de alerta máximo pela baixa umidade. Conforme tabela da Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o número fica entre 12% e 20%, é considerado estado de alerta e abaixo de 12% entra em alerta máximo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como ideal a umidade acima de 60% e estado de observação quando a umidade está entre 31% a 40%. "Nesse período aparecem, comumente, grandes massas atmosféricas de ar seco no País, principalmente pelo seu interior. No Estado, isso também acontece notadamente nas regiões distantes do litoral", informa o meteorologista Raul Fritz.

Neste ano, três cidades atingiram a marca de 11% de umidade de ar: Iguatu (duas vezes), Barbalha e Quixeramobim. Campos Sales atingiu a marca de 12% e os municípios de Tauá e Jaguaribe registraram 13% de umidade relativa do ar.
FONTE DN


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