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Cearense vai à delegacia no Rio, confessa crimes e pede para ser preso para alivia



Um caso inusitado mobilizou os policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), na Zona Oeste do Rio, até a madrugada deste sábado (9).

Um homem chegou na delegacia, confessou sete assaltos, mas como tinha a ficha limpa e nenhuma queixa contra ele, ficou aguardando por quase 20 horas que os agentes empreendessem uma busca por vítimas dele para que a polícia pudesse fazer a prisão.

O mandado de prisão para Amisterdã de Oliveira Carneiro foi expedido na madrugada deste sábado pelo plantão judiciário. Após a prisão, ele foi encaminhado para um presídio.

A delegada Adriana Belém contou que a prisão de Amisterdã, que passou o dia sentado na delegacia, deu tanto trabalho quanto uma operação para prender foragidos.

“Em 30 anos de polícia eu nunca vi um caso como esse. Ele chegou por volta das 10h de sexta-feira (8) na delegacia dizendo que queria ser preso e que tinha cometido vários crimes. Alegava que estava com peso na consciência e que queria fazer a coisa certa. De início pensamos se tratar de alguém com transtornos mentais”, disse a delegada.

Segundo a delegada, Amisterdã insistia em sua prisão. Ele contou com riqueza de detalhes os sete roubos praticados na região da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, nos últimos dois meses. Disse que às vezes agia sozinho e em outras, com comparsas, mas não divulgou o nome dos outros criminosos.

Adriana Belém disse que ele revelou que na maioria das vezes usou uma pistola calibre 40 e um revólver calibre 22. Em outras, utilizou uma imitação de uma arma de fogo. Entre os locais preferidos para assaltar, ele citou uma ponte que liga um supermercado ao Jardim Oceânico. No mês passado ele agiu próximo à estação do BRT Ricardo Marinho e roubou um notebook.

“Ele contou que veio do Ceará e que chegando aqui, foi morar na Tijuquinha [comunidade] e acabou virando criminoso. Ele disse ainda que as armas que usava eram emprestadas pelo tráfico do Antares e do Rola, em Santa Cruz. Ele não quis dar o nome dos comparsas”, disse a delegada, que também buscou informações sobre Amisterdã com a polícia do Ceará, mas nada encontrou.

Esforço concentrado

Adriana Belém disse que a partir dos relatos do homem, os agentes começaram uma busca por todos os registros de roubos e furtos feitos na delegacia nos últimos dois meses. Os agentes não encontraram mandados de prisão contra Amisterdã, mas encontraram nos arquivos boletins dos casos contados por ele.

Dos sete assaltos relatados, a polícia conseguiu localizar pelo menos três vítimas que fizeram o reconhecimento de Amisterdã na delegacia. Só a partir daí foi possível fazer o pedido de prisão à Justiça.

“Começamos uma busca exaustiva para localizar e acionar as vítimas para que elas fizessem o reconhecimento de Amisterdã. Sem isso, não podíamos pedir a prisão dele. Esse trabalho se estendeu pelo dia inteiro até a madrugada.”

A delegada contou ainda que durante todo o tempo Amisterdã ficou tranquilo e sentado, insistindo que tinha de ser preso para ficar com a consciência em paz.

“Foi uma história bem inusitada. Todo mundo se mobiliza para sair da prisão. Ele não. Ele queria ser preso. Ele não quis dizer se estava sofrendo alguma ameaça, se tinha feito alguma conversão religiosa, nada.”

A polícia informou que vai dar continuidade às investigações para identificar os outros integrantes do grupo e verificar outros crimes que ele pode ter praticado
FONTE MISÉRIA

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