Lâmpadas de iluminação pública de comunidades foram alvos dos atentados. Sem segurança, funcionários da Enel, distribuidora de energia no Estado, não conseguem fazer a manutenção devida. Pelo menos 11 carros da empresa foram incendiados nas ações delituosas. Aos poucos, os serviços de reparo e manutenção da rede elétrica são executados.
Conforme a Enel, nos locais onde são identificadas situações de risco, há demora maior no atendimento, pois é necessária a escolta da Polícia Militar (PM). À noite, são realizados apenas atendimentos emergenciais, onde há risco de vida para a população.
Motivação
Os criminosos realizam os ataques na tentativa de fazer com que o Governo do Estado recue em algumas medidas contra presidiários, como a fiscalização da entrada de celulares nas penitenciárias e a divisão nas unidades por facção.
As consequências das transgressões são vistas nas ruas, com interrupção parcial de algumas linhas de ônibus e a coleta de lixo, que em alguns bairros foi impedida de ser feita por uma ordem dada por criminosos. Ontem, o governador Camilo Santana se reuniu com representantes do Legislativo e Judiciário e de entidades para apresentar medidas de segurança que o Estado têm tomado para coibir o crime organizado no Ceará. Ele informou que 287 suspeitos foram capturados nos últimos dias e voltou a dizer que não vai recuar no combate aos ataques.
Serviços
As rotas de algumas linhas foram modificadas, o que gera reclamações de alguns usuários. A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) explica que, por conta de um plano de contingencia que está em vigor, o número de ônibus nos locais que são vistos como vulneráveis a incêndios devem ser menores quando comparados aos lugares que não tiveram ocorrências parecidas. Contudo, a frota está operando “próximo da normalidade”.
Já a coleta de lixo havia sido paralisada em alguns pontos da Capital. Agora, o recolhimento dos materiais permanece sendo monitorado por equipes da PM até segunda-feira (14), quando acontecerá uma reunião entre os gestores para avaliar a situação da cidade.
As entregas de correspondências e encomendas em algumas áreas de Fortaleza estão sendo afetadas. Os Correios informaram que, até que se normalize a situação, adotará o procedimento de entrega interna para esses lugares. Ou seja, o objeto deve ser retirado em uma unidade. Nesse caso, o destinatário recebe um aviso para buscar o objeto postal no horário e endereço específico.
Comércio
O avaliação sobre como foi o funcionamento e a movimentação de clientes em estabelecimentos do setor de serviços nesta quarta e quinta-feira é divergente. O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Estado do Ceará (Abrasel CE), Taiene Righeto, revela que a redução no volume de consumidores chega a 50% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Já o presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffet’s e Similares do Estado do Ceará (Sindirest), Moraes Neto, alega que já está tudo voltando a normalidade.
“Nós estamos vendo uma queda drástica no nosso fluxo de clientes, principalmente no período noturno. Durante o dia, as pessoas trabalham e até continuam indo aos restaurantes em horário de almoço, mas à noite ninguém sai”, afirma Taiene Righeto. O diretor executivo acrescenta que nenhum dos 500 associados estão fechados, mas que alguns ainda estão reduzindo o horário de funcionamento, mas não pelo medo, e sim pela falta de consumidores.
Em contrapartida, Moraes Neto diz que o momento mais crítico aconteceu na sexta-feira e no sábado passados, dias em que o setor alcança os picos de movimentação. “Nós chegamos a ter uma retração entre 60% e 70% no fim de semana. De lá pra cá, as coisas estão melhorando e, hoje, nós já temos quase uma normalidade. A única dificuldade ainda persistente é a questão do deslocamento dos funcionários com a frota de ônibus reduzida”, afirma.
FONTE DN