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Inquérito vai apurar morte de cachorro em supermercado em Osasco O caso aconteceu na quinta (29), mas tomou proporções no fim de semana, quando imagens do animal ao lado de manchas de sangue circularam nas redes



Polícia Civil abriu inquérito nesta segunda-feira (3) para apurar as circunstâncias da morte de um cachorro em unidade do Carrefour em Osasco, na Grande São Paulo.

O caso aconteceu na quinta (29), mas tomou proporções no fim de semana, quando imagens do animal ao lado de manchas de sangue circularam nas redes, e ONGs e ativistas reagiram. De acordo com os relatos, o cachorro foi agredido por um funcionário após orientação para que fosse retirado do local.


O Carrefour diz que a equipe responsável pela segurança naquele dia foi afastada preventivamente, até a conclusão das investigações, e que colabora com as autoridades, disponibilizando informações e imagens.

Ferido, o cão foi resgatado pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), mas não resistiu. Além de relatos sobre agressão, há suspeitas de que o animal tenha sido envenenado e a versão de que os ferimentos seriam resultado de um atropelamento.

Para a delegada Silvia Fagundes, da Delegacia do Meio Ambiente, nenhuma hipótese pode ser descartada por ora.

Havia a expectativa de que um laudo determinasse a causa da morte. Mas o animal foi cremado, o que prejudica as investigações.

Isso porque, ao ser acionado na semana passada, o CCZ tinha a informação de que o cachorro havia sido vítima de atropelamento. Sem a informação dos supostos maus-tratos -e sem o boletim de ocorrência feito rapidamente-, foi dado destino ao corpo. E sem ele, agora, fica mais difícil comprovar se o bichinho sofreu agressões ou foi envenenado.

Relatórios sobre o atendimento do cão, porém, apontam sinais de envenenamento, segundo o delegado Bruno Lima, eleito deputado estadual pelo PSL, e que acompanha as investigações.

"Consta que o animal chegou com sinais clínicos de envenenamento. Não tem a necropsia porque o corpo já havia sido incinerado, pois a denúncia de espancamento só veio depois -até então o Centro de Bem Estar Animal acolheu como caso de atropelamento", afirma Beatriz Silva, presidente da ONG Bendita Adoção e que também esteve na delegacia.

De acordo com a delegada, a gerência da unidade já foi ouvida, e a versão de atropelamento não foi mencionada. Outros funcionários serão chamados para depor, incluindo o segurança. Segundo ela, imagens da loja e da região devem ajudar a elucidar o caso. Para Silvia, ainda é cedo para apontar responsabilidades.

O delegado Bruno, que foi ao supermercado no fim de semana, afirma ter ouvido quatro pessoas, e uma delas disse ter visto as agressões. Essa testemunha ainda deve ser chamada para depor.

Maus-tratos contra animais é crime previsto em lei e que pode render pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.

OUTRO LADO

Em nota divulgada nesta segunda, o Carrefour afirma que a rede repudia qualquer tipo de maus-tratos contra animais. Afirma que, segundo apuração preliminar, o animal circulava há dias pelo estacionamento, e o CCZ chegou a ser acionado "por diversas vezes" para o resgate.

Diz ainda que clientes se queixaram sobre a presença do cão no dia do incidente, e um funcionário de empresa terceirizada tentou afastá-lo, o que "pode ter ocasionado um ferimento na pata do animal". Acionada, a equipe do CCZ usou um enforcador para imobilizar o cachorro, que desfaleceu, conforme a empresa.

Estamos colaborando com as autoridades, disponibilizamos todas as informações e imagens para que o fato seja solucionado."

A Prefeitura de Osasco informou que o Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal foi acionado dia 29 para prestar socorro a um cachorro, "possivelmente vítima de atropelamento, no estacionamento do hipermercado". Segundo nota, somente na noite de sexta (30), o departamento recebeu a denúncia de que o cachorro havia sido espancado e envenenado, e não atropelado. "Novamente, funcionários do Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal estiveram no hipermercado, onde encontraram o delegado Bruno [São Paulo], que colheu depoimentos de testemunhas e registrou boletim de ocorrência na Delegacia do Meio Ambiente para a abertura de inquérito policial."

A administração municipal afirma que acompanhará o inquérito e disponibilizará imagens das câmeras de monitoramento da região para contribuir com as investigações. Com informações da Folhapress.

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