Uma quadrilha de golpistas composta por sete pessoas foi desarticulada por policiais civis cearenses, através da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), em Fortaleza e na Região Metropolitana. O grupo tinha como um de seus “cabeças” o irmão de uma delegada da própria Polícia Civil, que atualmente é lotada da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD). Ele estaria usando desta condição para ameaçar os investigadores. O bando usava empresas de “fachada” para lavar dinheiro de agiotagem e de outros crimes.
A prisão dos sete acusados foi determinada pela Justiça, através da Vara dos Delitos de Organizações Criminosas, após uma longa investigação apontar que o homem que se passa por empresário seria, na verdade, o chefe do bando, Trata-se de Antônio Fábio da Silva Araújo, conhecido por “Bim Araújo”, que hoje é dono de várias empresas e imóveis em Fortaleza e na Região Metropolitana, entre elas, auto-escolas e agências de turismo.
“Bim Araújo ” tem como um de seus principais parceiros do crime, segundo a Polícia, um homem identificado como Humberto Alexandre dos Santos Costa, apontado também como “laranja” do esquema de lavagem de dinheiro oriundo da agiotagem e da sonegação de impostos através de atividades aparentemente legais realizadas nas empresas de fachada. Ele é o irmão da delegada da Polícia Civil que hoje está lotada na CGD e, nesta condição, ameaçava policiais que o investigavam, dizendo que, se fosse preso, a irmã iria indiciá-los na Controladoria por “abuso de autoridade” e outros delitos na função.
Nas investigações, a Draco descobriu também que Humberto “é suposto laranja, sendo responsável pela empresa “H.A. dos Santos Costa-ME”, possuindo diversos bens em seu nome e em nome da empresa, entre eles, vinte e seis (26) motocicletas, tendo sua relação com Antônio Fábio da Silva Araújo demonstrada através da documentação apreendida”.
Segundo o decreto de custódia judicial expedido contra a quadrilha, além de “Bim Araújo” e de seu parceiro Humberto de Alexandre dos Santos Costa, também tiveram prisão temporária decretada outros cinco suspeitos de participação direta nos crimes de agiotagem, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e outros delitos. São eles: Maurílio da Silva Oliveira, Fabiano Meneses da Silva, Larissa Marinho Cajazeira, Laércio da Silva Cajazeira (pai de Larissa) e Adeíldo Albuquerque Sobrinho.
Milhões
Conforme as investigações, a quadrilha vinha “lavando” o dinheiro ilícito produzido pelas atividades de agiotagem comprando imóveis. “Bim Araújo” e os comparsas teriam arrecadado nesta atividade a quantia aproximada de R$ 20 milhões.
Além da empresa “H.A dos Santos Costa ME”, aberta em nome de Humberto Alexandre dos Santos Costa, outro partícipe da quadrilha, Maurílio da Silva Oliveira, constituiu, segundo a Polícia, também uma empresa de fachada denominada “DLA Construções, Serviços e Locações LTDA”, que possui um capital social de R$ 400 mil, embora Maurílio tenha se declarado funcionário público da Prefeitura Municipal de Pacatuba, de onde recebe salário no valor de R$ 904,00.
O Ministério Público foi favorável à decretação da prisão da quadrilha, por entender que a media tornou-se necessária “em razão do forte risco de obstrução ao trâmite das investigações”.
fonte Blog Fernando Ribeiro