Segundo os moradores, os traficantes deram um “ultimato” para que elas abandonem suas casas, do contrário, haverá mortes. Diante das ameaças, várias famílias decidiram cumprir a ordem dos criminosos e organizam às pressas sua mudança para outros bairros. O silêncio também é imposto aos moradores. Eles preferem não registrar o caso na Polícia.
A mesma coisa se repete em vários bairros de Fortaleza e da Região Metropolitana de Fortaleza. Um exemplo disso é o que vem ocorrendo em conjuntos de apartamentos construídos através do programa do Governo Federal “Minha Casa. Minha Vida”. Já aconteceu no Barroso, em Messejana, Bom Jardim, José Walter e outros bairros da periferia da Capital cearense.
Suspeito preso
Nesta terça-feira, policiais civis lotados no 8º DP (José Walter) tiveram que ir até o condomínio Cidade Jardim – outra obra erguida com recursos federais – para impedir que um casal abandonasse o seu apartamento por ordem de traficantes. Um suspeito foi preso quando já ocupava o imóvel. No local, a Polícia encontrou drogas escondidas pelo invasor, que iria transformar o apartamento em ponto de venda de entorpecentes.
No Barroso II, a Polícia Militar instalou uma Base Móvel que está fixada ali há quase quatro meses, quando veio a tona a informação de que famílias inteiras estariam deixando suas casas por ordem dos traficantes, que picharam os muros de residências e pontos comerciais com a ordem para as pessoas saíram dali.
Com a implantação das bases operacionais e a presença da Polícia Militar durante 24 horas, muitas famílias decidiram permanecer no bairro. Outras preferiram, ainda assim, cumprir a ordem dos criminosos e abandonaram o bairro.