As principais novidades são:
a unificação dessa política para abranger a forma como os dados são tratados no Facebook, Messenger e Instagram;
detalhamento de todos os dados pessoais coletados na rede social;
esclarecimento das informações recolhidas em dispositivos em que o site é usado, como celulares computadores e até TVs;
listagem de como novos serviços criados após 2015, como Marketplace e vídeos 360º.
Segundo o Facebook, a modificação da política de dados não tem a intenção de incluir novas solicitações de informações de usuários.
“Essas atualizações são sobre tornar as coisas mais claras. Nós não estamos pedindo novas permissões para coletar, usar ou compartilhar seus dados no Facebook. Nós também não estamos mudando qualquer das escolhas de privacidade que você fez no passado”, afirmaram, em comunicado conjunto, Erin Egan, diretor de privacidade do Facebook, e Ashlie Beringer, responsável pela área jurídica.
A rede social receberá comentários de usuários por sete dias até promover a alteração de vez da política de dados e dos termos de serviço. Associada à criação do atalho de privacidade anunciado na semana passada, essa é uma das medidas tomadas pelo Facebook para remediar o mal-estar gerado após a descoberta de que informações de usuários da empresa foram obtidas e exploradas pela Cambridge Analytica, consultoria política que trabalho na campanha presidencial de Donald Trump.
WhatsApp, Instagram e Oculus
Pela primeira vez, o Facebook vai deixar claro em sua política de dados que é a dona de outros serviços como o app de bate-papo WhatsApp e a companhia de realidade virtual Oculus.
Além disso, passará a pontuar que é fornecedora de Messenger e Instagram. Elas duas passarão a compartilhar da mesma política de dados do Facebook. Apesar da unificação, não haverá mudança na forma como as informações de usuários dessas plataformas são tratadas.
A rede social também passará a informar como levanta informações a partir de novos recursos, como o Marketplace (em que usuários podem vender produtos) ou as campanhas de arrecadação de fundos para causas sociais.
O que o Facebook pega do seu celular
O Facebook também mostrará pela primeira vez todas as informações reunidas a partir dos aparelhos usados pelas pessoas para acessar a rede social, como celulares, tablets, computadores e TVs. Depois do escândalo da Cambridge Analytica, alguns usuários baixaram o pacote de dados que a empresa mantinha e descobriram que havia históricos de SMS e chamadas telefônicas.
Na nova polícia de dados, o Facebook informa, entre outras coisas, que consegue saber desde a posição das pessoas, por meio do GPS dos aparelhos, até a velocidade de suas conexões e dos dados armazenados em cookies –esses programas traçam um perfil dos usuários com base em suas atividades online.
Informações da rede social
Por outro lado, o Facebook vai apenas esclarecer alguns pontos que já estão presentes na atual política de dados.
A empresa vai esmiuçar como usa as informações das pessoas para melhorar a experiência na rede social. Dados coletados em um dos serviços, o Instagram, por exemplo, são usados para personalizar um perfil do Facebook. Outro exemplo é o uso de fotos. Imagens do rosto do usuário podem ser usadas para avisá-lo caso alguém queira publicar uma foto dele.
Desenvolvedores
Outro tópico que já existe no documento mas passará a ser detalhado é com que empresas o Facebook compartilha dados dos usuários.
Aplicativos, sites e outros recursos integrados à rede social já possuem acesso a informações pessoais. Nesse ponto, a empresa inclui a informação de que vetará o acesso a dados do Facebook e Instagram para desenvolvedores cujos aplicativos não forem usados por três meses.
Termos de serviço
A política de dados é um dos três principais conjuntos de regras criadas pelo Facebook para usuários. O outro dois são:
padrões de comunidade: descreve que tipo de conteúdo pode ser compartilhado no Facebook e quais estão sujeitos a serem removidos;
termos de serviço: define de forma bem ampla que tipo de comportamento é aceito na rede social, tratando de assuntos diversos como segurança, privacidade e proteção dos direitos de outras pessoas; há informações desde a idade mínima de 13 anos para participar do site até
Há outras normas que tratam do uso da rede social por desenvolvedores, agências de publicidade ou lojas e pessoas que vendem produtos ou serviços. Os termos de serviço também passaram por uma remodelação, que não alterou o conteúdo de suas regras.
O escândalo do Facebook
Em 17 de março, os jornais "New York Times" e "Guardian" revelaram que os dados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook foram usados sem o consentimento deles pela Cambridge Analytica. A empresa de análise de dados acessou esse grande volume de dados após um teste psicológico que circula na rede social coletar as informações. Os dados recolhidos não eram apenas os de usuários que fizeram o teste, mas também os de seus amigos.
O escândalo cria dúvidas quanto à transparência e à proteção de dados dos usuários do Facebook. A rede social comunicou que investigaria o caso. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu que a emprese cometeu erros.
A empresa Cambridge Analytica trabalhou ainda com a equipe responsável pela campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, nas eleições de 2016. Também foi contratada pelo grupo que promovia a saída do Reino Unido da União Europeia.
Nesta sexta-feira (23), uma revista na sede da Cambridge Analytica durou cerca de sete horas. A batida foi do órgão regulador encarregado da proteção de dados privados na Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, usuários estão processando o Facebook e a Cambridge Analytica.
O Ministério Público do Distrito Federal comunicou na terça-feira passada (20) que abriu um inquérito para apurar se o Facebook compartilhou dados de usuários brasileiros com a Cambridge Analytica. O ex-sócio da Cambridge Analytica no Brasil disse que a empresa não tinha banco de dados de brasileiros.
fonte G1