O crescimento súbito se deu em razão, principalmente, por ter sido o primeiro ano completo de produção de placas de aço pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que começou a operar em junho de 2016. Isso fez com que a participação das exportações de São Gonçalo no valor total exportado pelo Estado saltasse de 18%, em 2016, para 52,2% no ano passado. Em 2017, o Ceará exportou US$ 2,1 bilhão, um aumento de 59,9%.
Os dados são de estudo realizado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). De acordo com Karina Frota, gerente do CIN, como a performance do município nas exportações é reflexo principalmente da exportação de placas de aço, a recente decisão dos Estados Unidos em sobretaxar esses produtos pode vir a prejudicar os resultados das exportações estaduais.
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Calçados
Em segundo lugar no ranking de municípios exportadores, a cidade de Sobral também apresentou crescimento em 2017. Foram US$ 177,7 milhões em valor de exportação a partir do município no ano passado, 16,3% a mais que no ano anterior (R$ 152,8 milhões). Ainda assim, dado o crescimento exponencial de São Gonçalo, a participação de Sobral nas exportações do Estado caiu de 11,6% a 8,4% no período. As exportações do município correspondem principalmente à indústria de calçados. De acordo com Karina Frota, dos US$ 177,7 milhões exportados, cerca de US$ 174 milhões corresponderam à produtos desse segmento. "A expectativa é que o setor exporte em torno de R$ 1 bilhão, o que é uma meta ousada, mas cremos que com o trabalho que vem sendo feito, e incluindo a ZPE e a recuperação do setor, possamos alcançá-la", destacou a gerente.
A Capital, Fortaleza, em outros tempos líder do ranking de exportações do Estado do Ceará, ocupou em 2017 a terceira colocação. Foram aproximadamente US$ 159,4 milhões exportados no ano passado, 3,1% a menos que no ano anterior, quando o valor de exportação chegou a US$ 164,5 milhões. A participação das exportações do município no valor total do Estado também caiu, passando a representar de 12,4% em 2016 para 7,5% em 2017.
Variedade
"Diferentemente dos outros dois municípios, em que há uma concentração em torno de um produto, em Fortaleza temos um mix mais variado nas exportações", explica a gerente do CIN. Do total, US$ 65,8 milhões correspondem à exportação de cocos ou castanhas de caju. Ela avalia que a queda nas exportações da capital, que avalia ser pequena, tem relação com um período de vulnerabilidade do segmento no ano passado.
Peles e couros
Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ficou em quarto lugar no ranking, com US$ 107,1 milhões em volume exportado. O resultado representa um crescimento de 17% em relação ao ano anterior, quando US$ 91,5 milhões tinham sido comercializados para o exterior. A participação do município no total do Estado, entretanto, também recuou, passando de 6,9% em 2016 a 5,1% no ano passado.
Segundo Karina Frota, o destaque do setor nas exportações fica para o segmento de couros e peles, o mesmo do quinto lugar no ranking: Cascavel. No município, que também fica na RMF, o nível de exportação observou uma queda de 25,1%, caindo de US$ 116,8 milhões em 2016 para US$ 87,5 milhões em exportações no ano passado. A queda foi efeito, segundo a gerente, da Operação Carne Fraca sobre empresas do ramo.
fonte DN