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Presidente de comissão da OAB defende presença de tropas federais no CE Já presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública define chacina como “tragédia anunciada”





Membro da OAB defende "união de forças" para combater as facções criminosas ( Foto: Renato Bezerra )

Com o Ceará ainda em estado de choque após a Chacina das Cajazeiras, que deixou 14 mortos e mais nove feridos, na madrugada deste sábado (27), órgãos de Direito e Segurança Pública se manifestaram em relação à instabilidade do cenário cearense. A presença de tropas federais para reforço na segurança de Fortaleza, inclusive, é defendida pelo presidente da Comissão de Direito Penitenciário da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB/CE), Márcio Victor Albuquerque.



Segundo Albuquerque, “a intervenção federal está disposta na própria Constituição, quando há uma grave instabilidade como no Ceará”. O advogado ressalta, porém, que “é necessária, na verdade, uma junção de forças entre Município, Estado e União para combater as facções criminosas e reduzir a insegurança” no território cearense.



“O crime organizado está vindo das unidades penitenciárias, locais com superlotação e, muitas vezes, onde as facções assumiram a liderança”, pontua o presidente, declarando que desde novembro passado a Ordem “encaminha constantemente ofícios e propostas ao Governo do Estado” por meio do Fórum Permanente de Segurança Pública. “Não pedimos somente a contratação de mais agentes. É preciso um reforço na inteligência, na tecnologia, tanto da Polícia Militar como da Civil”, destaca Márcio Victor.



Na próxima segunda-feira (29), as Comissões de Direito Penitenciário, Segurança Pública e Direitos Humanos, entre outras, devem se reunir para discutir providências e posicionamentos em relação à chacina. Também na próxima semana, segundo Albuquerque, uma ação será impetrada para retirada de presos de delegacias da Capital e transferência para unidades prisionais.



“Tragédia anunciada”



Para o presidente do Conselho Estadual de Segurança, Leandro Vasques, é necessária uma “reformulação urgente” do plano de segurança implementado no Estado. “Essa, infelizmente, foi uma tragédia anunciada. O Governo do Estado tem de reconhecer que a situação está fora de controle e corrigir os rumos desse plano, porque houve uma ascensão na violência que obriga uma gestão responsável a isso”, declara, criticando, ainda, “a cultura do 'bandido bom é bandido morto'”.



“O secretário (da Segurança Pública) André Costa disse que, para bandido, é justiça ou cemitério, como se essa carnificina entre as facções fosse aceitável. Quem está indo ao cemitério são pessoas inocentes”, lamenta. De acordo com Vasques, o Conselho deve apresentar ao Estado, na próxima semana, “um documento com mais de 40 propostas efetivas para a segurança”, dentre as quais está a criação de delegacias especializadas Interior. 


fonte DN


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