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Jovem negra tem 4 vezes mais risco de ser vítima de homicídio no Ceará do que as jovens brancas Os dados são do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência 2017 divulgado nesta segunda-feira (11)



O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) 2017, divulgado nesta segunda-feira (11), pela Secretaria Nacional de Juventude em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que os jovens negros têm 4,5 mais riscos de serem vítimas de homicídios do que os jovens brancos no Ceará. O estudo faz pela primeira vez o recorte de gênero na análise de homicídio de jovens brasileiros. Nesse contexto, as mulheres cearenses na faixa etária dos 15 aos 29 anos correm perigo quatro vezes maior do que as brancas da mesma idade. Os dados são referentes a 2015. 

O levantamento considera negros como a soma de pretos e pardos. No Brasil, segundo o IVJ, jovens negros têm 2,71 mais chances de serem assassinados do que jovens brancos. Ainda de acordo com os dados, o Ceará ocupa a segunda posição do País quando avaliados todos os componentes do índice, que levam em consideração pobreza, taxa de mortalidade e homicídio, frequência escolar e situação de emprego e está entre os 12 estados com alta vulnerabilidade. Quando avaliados apenas os riscos relativos de homicídios entre negros e brancos, o Estado é o sétimo do País e o segundo do Nordeste.

O IVJ também analisou todos os 304 municípios com mais de cem mil habitantes no tocante à violência contra jovens, sob as variáveis: mortalidade por homicídios e por acidentes de trânsito, frequência à escola, escolaridade e inserção no mercado de trabalho. Os 21 primeiros são classificados como oferecendo vulnerabilidade "muito alta". O município com menos risco ao jovem foi São Caetano do Sul (SP).



No Ceará, nove municípios estão entre os com alta e média fragilidade. São eles: Caucaia, na 27ª posição; Fortaleza, na 43ª; Maracanaú (47º); Itapipoca (49º); Juazeiro do Norte (53º); Iguatu (54º); Sobral (63ª colocação); Maranguape (84º) e Crato (132º).

Em reportagem publicada nesta segunda-feira, intitulada “Jovem, negro e da Periferia é o perfil de quem mais morre no Ceará”, o Diário do Nordeste chama atenção para o problema. A matéria traz dados do Crimes Violentos Letais Intencionais desse ano do Governo do Estado. Segundo as informações, entre 2013 e julho de 2017, 51 adolescentes de 12 a 17 anos foram mortos por policiais. Esse ano, entre janeiro e julho, 222 foram assassinados em Fortaleza, com um aumento de 71% quando comparado o mesmo período de 2016.

fonte DN


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