O barco-motor, batizado de "Capitão Ribeiro", saiu do porto da Praça Tiradentes, em Santarém, na noite da última segunda (21), e teria como destino a cidade de Vitória do Xingu, ambas no Pará.
No meio do trajeto, a embarcação fez conexões nas cidades de Prainha e Monte Alegre. Por volta das 18h desta terça (22) realizou uma terceira parada no município de Porto de Moz, onde recebeu cerca de 40 novos passageiros.
A principal suspeita é de que uma tempestade teria provocado o naufrágio. O barco submergiu em Vila do Maruá, uma região conhecida por "Ponta Grande" que ainda pertencente à cidade de Porto de Moz.
Os sete corpos localizados na manhã desta quarta (23) são de cinco adultos, um adolescente e uma criança. A assessoria do Corpo de Bombeiros confirmou que a embarcação estava com 70 passageiros aproximadamente, mas não informou o número exato.
Os corpos foram levados pela Polícia Civil para Porto de Moz.
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar do Pará montaram uma operação conjunta para localizar as vítimas. Já a Polícia Civil vai abrir uma investigação para apurar as circunstâncias do naufrágio.
Outro naufrágio
O acidente registrado nesta terça ocorre 20 dias depois de outro naufrágio no Norte, desta vez no rio Amazonas, com nove desaparecidos. O episódio vinha sendo considerado até então o maior acidente em número de desaparecidos ou mortos desde 1981.
No dia 2 de agosto, uma colisão de um navio cargueiro contra um comboio de nove balsas no rio Amazonas entre as cidades de Óbidos e Oriximiná, no oeste do Pará, deixou nove pessoas desaparecidas. Os corpos das vítimas ainda não foram resgatados do rio até o momento.
Um grupo de familiares das vítimas chegou a protestar em frente à sede do Ministério Público Federal em Santarém (a 700 quilômetros de Belém), onde o caso está sendo investigado. Eles denunciaram o descaso em relação às operações de busca aos corpos.
Os familiares acreditam que os corpos dos desaparecidos estejam no empurrador das balsas, que naufragou no acidente. O veículo foi encontrado por um radar a 63 metros de profundidadedentro do rio, em um ponto a 15 quilômetros de onde ocorreu o caso.
Segundo o Corpo dos Bombeiros, o local tem correnteza forte e pouca visibilidade, o que dificulta o trabalho dos mergulhadores.
A Bertolini (dona das balsas) disse que já contratou um serviço para fazer o resgate da embarcação. A Mercosul (proprietária do cargueiro) informou que o navio envolvido no acidente já voltou a navegar e que sua "preocupação imediata continua sendo com os tripulantes desaparecidos."
fonte DN