procedimento químico no cabelo, chamado de relaxamento, ela teve queda capilar e, em pouco tempo, estava careca.
"A pessoa dividiu o meu cabelo em três partes. Ela passou o produto na primeira parte e já resolveu lavar assim que terminou de passar, sendo que, em seguida comentou que já iria lavar tudo. Eu achei estranho, porque geralmente o produto demora de 30 a 50 minutos para agir, mas ninguém me falou nada o que estava acontecendo", afirmou ao G1 a professora.
De acordo com Luz, que possui o cabelo crespo, o procedimento é feito desde que ela tem 15 anos. "Eu sempre fiz com uma pessoa e pagava R$ 150 por atendimento. Só que recentemente eu vi a propaganda deste salão, na região central. Eles ressaltam que lá não é escola, mas sim composto por profissionais, por isso eu confiei, mas não fizeram nem mecha teste comigo", garantiu.
O fato ocorreu no dia 16 de janeiro deste ano. "Eu me lembro exatamente do que aconteceu naquele dia. A gerente e as funcionárias ficaram desesperadas e, logo depois, eles compareceram na minha casa. Foi saindo tufos e tufos, tenho foto de tudo. O que era para ser um relaxamento ficou com aspecto sapecado e inclusive com o risco de pegar fogo, porque acontece. Mas, a cabeleireira percebeu o que estava acontecendo e isso não chegou a acontecer", contou.
Denúncias frequentes
Em sua residência, a professora recebeu uma peruca provisória, produtos para o crescimento do cabelo e a proposta de um megahair assim que o cabelo começar a crescer. De acordo com a superintendente do Órgão de Defesa do Consumidor (Procon-MS), Rosemeire Cecília da Costa, este é um caso de prestação de serviço viciada. Ela ressalta que não existe uma estatística específica, porém, o Procon recebe denúncias como esta com frequência.
"É quando o profissional, na execução do trabalho, não toma todos os cuidados e acaba provocando danos. Nesses casos, o Código de Defesa do Consumidor prevê três alternativas para o cliente ter o erro reparado. É o direito da reconstituição, da quantia paga, a reexecução do serviço também é uma outra possibilidade, indicando um profissional de sua confiança para poder reestabelecer este serviço na medida do dano causado", explicou.
Além disso, ainda segundo a superintendente do Procon, o consumidor pode entrar com processo na Justiça e um pedido de danos morais e até danos patrimoniais. "São os possíveis gastos com dermatologista, medicação, tudo para sanar a queda do cabelo e essas medidas podem ser de ressarcimento", comentou.
Substâncias no procedimento
A médica dermatologista Melina Quintella diz que é interessante "sempre perguntar qual o tipo de substância quimica está sendo usado no cabelo. No caso do alisamento, existem duas substâncias que não são compatíveis, que é o tiuglicato e hidroxido de sódio. A pessoa muda, de repente, de cabeleireiro e ela não sabe nem informar para o cabeleireiro que química foi usada e aí pode ter algum tipo de problema", finalizou.
Fonte: G1