O irmão da vítima e delegado aposentado, Antônio Ferreira Mendes, 63, acredita que a decisão foi justa porque houve reconhecimento de que o tenente foi o causador da morte. "Recorrer é um direito da defesa, mas a maior vitória, e eu trabalhei como assistente da acusação por isso, foi o juiz decretar a perda do cargo para evitar que ele pratique outros crimes", disse ao O
Jorge também esteve a frente de outras delegacias do interior do Ceará, como Cedro. "Abalou muito a família e a cidade inteira, ele era muito querido. Até hoje essa morte não foi superada", frisa Antônio.
Georges Aubert entrou na PM em 2000 e agora está lotado como 2º tenente na 1ª Cia. do 2º Batalhão de PM (Juazeiro do Norte). A PM informou que, atualmente, ele está de licença para um tratamento de saúde.
De acordo com o TJCE, a ação tramitou na Vara Única da Comarca de Jaguaribe, em abril de 2009, quando os réus (tenente, dois cabos e dois soldados) foram pronunciados pelo homicídio duplamente qualificado.
Em setembro de 2015, Georges Aubert ingressou com pedido de desaforamento alegando ''dúvida em relação à imparcialidade dos jurados'' da Vara, devido à repercussão do caso e a influência social e econômica dos familiares da vítima no município.
A solicitação foi concedida por unanimidade pelos membros das Câmaras Criminais Reunidas, e o julgamento foi transferido para a Comarca de Fortaleza, ainda conforme dados do TJCE.
O POVO Online não conseguiu contato com os advogados de defesa do tenente e dos outros policiais indiciados na época do crime.
Crime
Jorge Ferreira, na época com 55 anos, foi morto durante uma discussão em festa de forró, na madrugada do dia 4 de julho de 2004, em Jaguaribe. O crime ocorreu em um parque de vaquejada localizado na BR-116, segundo informações da Polícia Civil.
Jorge estava de folga e foi atingido numa troca de tiros com o tenente Georges Aubert, que estava de serviço e também foi baleado. Houve tumulto e correria. O delegado levou três tiros, e mais duas pessoas que estavam à mesa do delegado ficaram feridas.
A denúncia do Ministério Público do Ceará (MP/CE) diz que o acusado ofendeu a vítima, que disparou em direção ao militar. Após a troca de tiros, o delegado foi algemado para o hospital na traseira da viatura da PM dirigida por um PM.
O veículo teria sido conduzido vagarosamente até o hospital de Jaguaribe e, na emergência, os policiais ainda teriam demorado 20 minutos para abrir as algemas.
O veículo teria sido conduzido vagarosamente até o hospital de Jaguaribe e, na emergência, os policiais ainda teriam demorado 20 minutos para abrir as algemas.
Relação
Em 23 de julho de 2004, O POVO publicou matéria sobre a relação conflituosa entre o tenente Georges Aubert e o delegado Jorge Ferreira. O motivo das desavenças teria sido a prisão de um amigo do delegado efetuada pelo tenente.
O delegado havia denunciado que o amigo foi "ilegalmente preso, espancado, pisoteado e torturado". Já o tenente contestou na época, afirmando que a prisão havia sido realizada em uma confusão ocasionada por uma "bebedeira". Conteúdo opovoonline
Fonte: Tv Jaguar / opovo-online