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Medidas tentam evitar constantes incêndios



O Parque do Cocó, por ser uma área de grande concentração de vegetação, é alvo de constantes queimadas. O último deles, registrado no domingo (9), vitimou a vegetação compreendida em 1,5 hectare de extensão ( FOTO: NAH JEREISSATI )
O último incêndio registrado no Parque Ecológico do Cocó, no domingo (9), vitimou a vegetação compreendida em 1,5 hectare de extensão, o que representa mais de um campo de futebol. As constantes ocorrências registradas na Unidade de Conservação vêm causando diversos prejuízos ao solo e, por consequência, à fauna e à flora. Para evitar o aumento dessa estatística, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) atua com estratégias de prevenção, entre eles, o plano básico operativo de prevenção e combate a incêndios florestais, elaborado por estudos de campo e Registros de Ocorrência de Incêndios (ROI).

O plano visa definir medidas eficientes aplicáveis anualmente para minimizar o risco de incêndios e os impactos para a vegetação. Em virtude da alta incidência das queimadas no período de seca, uma das medidas é disciplinar as ações dos funcionários da Brigada de Incêndio da unidade de conservação e orientar no processo de tomada de decisão para adoção de ações articuladas no tempo adequado.

Através de uma parceria entre a Sema e a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), um relatório diário de detecção de focos de calor nas unidades de conservação é realizado por meio de imagens de satélites georreferenciadas.

Outra estratégia da Sema é a aplicação do Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate a Incêndios Florestais (Previna). A iniciativa trata-se de uma política que visa orientar, educar, informar e incentivar o homem do campo a permanecer no seu local de origem, através de monitoramento que objetiva minimizar o fenômeno das queimadas. Por meio de imagens de satélites, sensores de medição à superfície e modelos computacionais numéricos de tempo, podem ser detectados focos de incêndios ou condições ambientais propícias às queimadas e incêndios florestais. Também é elaborada uma previsão de chuva para auxiliar na extinção do fogo ou reduzir os fatores ambientais que favorecem a ocorrência dele.

Jiboias, roedores e caramujos foram as espécies mais devastadas pelo fogo do último domingo, segundo a Sema, além da vegetação arbustiva e herbácea, principalmente a planta conhecida como taboa.

Em um terreno vistoriado pelo órgão no bairro Salinas, às margens do Rio Cocó, ontem, a equipe encontrou um espaço destinado para a fabricação de carvão e indícios de fogueiras para o preparo de alimentos. "Existem duas possibilidades (para a causa do incêndio): uma é que o pessoal dessa região costuma colocar lixo e queimar. A outra é que aqui é uma área de pesca, então os pescadores também fazem pequenas fogueiras", afirma o assessor especial da Sema, Leonardo Borralho.

Balanço

Conforme o Programa de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Ceará registrava, até ontem, 1.191 focos de queimada em 2016. O mês de março contabilizou quatro ocorrências. A partir de junho, os números chegaram a 370 incêndios mensais, como foi o caso do mês de setembro. Desta vez, apenas nos dez primeiros dias de outubro, o órgão já registrou 224 incêndios em todo o Estado.

O tempo de recuperação de uma área devastada pelo fogo é demorada e depende, segundo o geógrafo Jeovah Meireles, de uma série de técnicas de manejo. "Como ativar a circulação dos nutrientes, facilitando a entrada e a saída das marés; analisar qual a camada e as proporções atingidas pelas altas temperaturas, restabelecer as trocas laterais entre a água, a vegetação, entre os microorganismos que proporcionam a reciclagem dos nutrientes", explica.

fonte Diário do Nordete.


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