De acordo com os órgãos, apenas 20% a 50% dos cachês eram declarados, por se tratar da parcela que era depositada na conta das empresas. A outra parcela, que pode chegar a 80% do valor real das apresentações, era paga em dinheiro físico às bandas, antes delas subirem ao palco.
A sonegação fiscal foi descoberta a partir da diferença entre o valor declarado pelas bandas e o cachê pago em shows que tinham prefeituras municipais como contratantes, já que estas discriminavam o valor real em documentos oficiais. Informações sobre o cachê das bandas fornecidas pela imprensa também colaboraram para a investigação.
"O que causou estranheza é o que é divulgado e o que efetivamente vai para o papel, para a declaração (do IR). Quando cruza a quantidade de shows que é realizada por ano com o valor que eles cobram por cachê, a gente vê que é totalmente díspare do que eles informam oficialmente à Receita Federal. É uma diferença enorme", afirmou a delegada da Polícia Federal, Doralucia Oliveira de Souza.
Além dos cachês dos shows, outros valores também eram omitidos pelas bandas de forró e pela empresa que controla esses grupos, no caso a A3 Entretenimento. "Existem dois caminhos. Um mundo oficial e um mundo clandestino, subterrâneo. A parte formal dessas empresas representa em torno de 20% do que efetivamente circulava de dinheiro. A grande parte dos recursos circulava em espécie, e isso demonstra claramente a tentativa de se evadir da tributação, o que apresenta indícios de lavagem de dinheiro", reforçou o auditor Fiscal e superintendente da Receita Federal do Brasil, João Batista Barros.
Fonte: Diário do Nordeste