Vários presos foram mortos por ordem da facção Guardiões do Estado (GDE)
A Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus), responsável pela administração e disciplina do Sistema Penitenciário do Ceará, continua demonstrando não ter controle sobre o que aconteceu dentro dos presídios. Depois de anunciar a morte de 18 presos duante a mega-rebelião ocorrida nos dias 21 e 22 de maio último, o órgão voltou atrás e, ontem, informou à Imprensa que foram mortos 14 internos.
A confusão de nomes e número de vítimas fatais na balbúrdia que se alastrou nos presídios da Região Metropolitana (nos Municípios de Itaitinga, Pacatuba, Aquiraz e Caucaia) confirma que a Sejus passa por grave crise de gerenciamento, principalmente na Coordenadoria do Sistema Pena, a Cosipe, que deveria ter em mãos todas as informações sobre quem entra, sai ou morre dentro das cadeias cearenses. Em meio a tudo isso, o sistema vive uma onda de fugas. Já foram mais de 400 neste ano, cerca de 80 delas somente neste mês.
Segundo a Secretaria, a confirmação de que morreram “apenas” 14 presos e não 18 durante as rebeliões simultâneas em quatro CPLLs (Casas de Privação Provisória da Liberdade), no Presídio Feminino e no Presídio do Carrapicho, aconteceu após ser verificado que houve uma “confusão” por conta do estado em que estavam os corpos, a maioria carbonizada.
Nomes não revelados
Dos 14 mortos, como assegura a Sejus, dois ainda não foram identificados. Mas, os nomes dos 12 já reconhecidos por familiares ou identificados através de exames de DNA, também não foram revelados, o que causa dúvidas e suspeitas nas informações divulgadas pelo órgão.
Parentes dos presidiários assassinados dentro dos presídios deverão ingressar nas próximas semanas, com medidas judiciais contra o Estado. A lei brasileira assegura às famílias dos detentos mortos em unidades penais severas indenizações, já que o preso é tutelado pelo estado, isto é, fica sob a sua proteção enquanto permanecer em qualquer unidade policial (delegacias, quartéis etc) ou penal (presídios, penitenciárias, cadeias públicas, albergues, hospitais e colônias penais etc).
Crueldade
Durante as rebeliões no Ceará, vários presos acabaram sendo “justiçados” pelos colegas de cadeia. Muitos foram esfaqueados, outros espancados até a morte e arrastados por corredores e pátios dos presídios e outros carbonizados. Em dos vídeos postados nas redes sociais pelos próprios presos, corpos são vistos queimando, enrolados em lençóis e colchões.
Veja vídeo com imagens dos assassinatos nos presídios (ATENÇÃO!! IMAGENS FORTÍSSIMAS)
FONTE BLOG FERNANDO RIBEIRO.