Um descarte ilegal de medicamentos foi encontrado em um terreno próximo à Lagoa do Mondubim. No local, na rua São Lázaro, O POVO encontrou, na manhã de ontem, centenas de caixas com lacres violados, remédios como analgésicos e antifúngicos, além de medicamentos com controle de receituário especial como antimicrobianos (sulfametoxazol e trimetropina) e antipsicóticos (olanzapina). A maioria dos medicamentos era de genéricos do ácido acetilsalicílico.
Muitos desses medicamentos estavam ainda dentro do prazo de validade, o que indicaria possibilidade de que eles seriam utilizados para o comércio ilegal. Moradores do Mondubim relatam que os medicamentos estavam no terreno desde a noite de sábado, 16, e várias pessoas foram ao local para pegar os remédios para uso próprio ou para venda. “Não é a primeira vez, não. Eles botam na hora em que ninguém está acordado”, disse uma moradora que não quis se identificar.
O terreno em que os medicamentos foram encontrados fica localizado a cerca de 300 metros do posto de saúde Maria Viviane Benevides Gomes. Do outro lado da lagoa, atrás do Cuca Mondubim, há ainda outro posto de saúde, o José Paracampos.
Moradores das proximidades creem na possibilidade de os medicamentos serem oriundos desses dois postos de saúde. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em nota, rechaçou essa possibilidade, argumentando que existe uma empresa contratada responsável por fazer o descarte de medicamentos de maneira correta.
A SMS informou ainda que fiscais da Regional V fizeram ontem mesmo o recolhimento dos medicamentos e que a Vigilância Sanitária abrirá processo de investigação do caso.
O POVO tentou entrar em contato com a Vigilância Sanitária para saber como será feita essa apuração e se há a possibilidade de localizar a origem dos medicamentos por meio do número do lote impresso nas caixas, mas não obteve retorno, na tarde de ontem.
Laboratórios respondem
A maior parte dos medicamentos encontrados foi fabricada pelos laboratórios EMS e Germed. Questionada sobre a possibilidade de identificação dos eventuais responsáveis pelo número do lote das caixas, a assessoria de imprensa que responde pelas duas empresas informou que irá apurar o que houve em Fortaleza. A assessoria frisou ainda que os dois laboratórios adotam todas as práticas de descarte regular de medicamentos.
As empresas informaram ainda que os telefones 0800 191914 e 0800 7476000 estão à disposição de clientes para eventuais dúvidas quanto ao descarte correto de medicamento. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h e 16 horas. (colaborou Letícia Alves/Especial para O POVO)