Cid fez um balanço de 2015 e previsões para 2016. "Não será um 'anão' (grande ano), mas será menos traumático que 2015", disse. Na avaliação dele, no ano passado o País viveu uma crise orgânica, decorrente de uma relação "promíscua" entre os poderes Legislativo e Executivo. Uma relação, segundo ele, "podre", baseada no fisiologismo, na chantagem e no achaque.
"Isso não se muda da noite para o dia. Só uma próxima eleição vai permitir que a gente comece a construir uma nova relação", afirmou. "Isso não vem da Dilma não. Ela teve que se render a isso. Tentou resistir no começo, mas não conseguiu", completou.
Cid, que no ano passado ocupou o ministério da Educação por três meses e saiu depois de protagonizar embate com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem chamou de "achacador", disse não acreditar em impeachment de Dilma e nem na saída de Cunha pelas vias do Parlamento.
Sobre o impeachment da presidente, ele afirmou que "o povo brasileiro percebeu que pior que a Dilma é entregar o governo para o vice dela (Michel Temer), que é o chefão, o chefe dos achacadores". Com relação a Cunha, Cid apontou que, se depender do Parlamento, o presidente da Câmara deverá permanecer onde está, porque detém o apoio da maioria. "Mas pode ser que da Justiça brasileira saia alguma coisa", completou.
Cid também comentou sobre a possibilidade do irmão dele, Ciro Gomes, vir a disputar a presidência da República em 2018, mas ponderou, argumentando que uma candidatura não se faz com vontade pessoal. "Vai depender do momento", frisou. "Ciro não tem mais idade para uma anticandidatura como das outras vezes, quando ele disputou para marcar presença e fazer denúncias", comentou.
O ex-ministro disse ainda que a disputa pela Presidência não está nos planos dele e revelou que pretende se tornar empreendedor e investir, em parceria com empresários chineses, na área de energia solar. Segundo a Agência Estado, as declarações de Cid Gomes foram dadas ao jornal Diário do Nordeste.
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