
O delegado Stefano Rabecini explicou ao G1 que a ocorrência foi apresentada pela Polícia Militar contendo apenas os fatos da mesma, ou seja, nenhuma parte havia sido ouvida até o boletim ser feito na Polícia Civil.
“No relatório consta que ambas as partes são autores e vítimas, porque o relato é de que houve agressão mútua”, disse.
Ele contou que, posteriormente, o paciente foi ouvido, passou por exame de corpo de delito e manifestou a vontade de processar o médico. O próprio médico, por meio de carta precatória, também aguarda para passar pelos mesmos procedimentos do paciente.
“Como ele [médico] reside em Presidente Prudente, a carta foi efetuada para que a transferência seja feita para a Comarca de Presidente Epitácio”, salientou.
Ainda segundo o delegado, apenas uma testemunha foi ouvida até o momento, que foi o porteiro da Santa Casa. Entretanto, ele alegou que “não viu nada”, somente que entrou na sala do médico e notou paciente e profissional “segurando” um ao outro.
O delegado informou que outras testemunhas devem ser ouvidas.
As partes
O paciente em questão é o segurança Edson Roberto Simão, de 55 anos. O G1 conversou com a filha dele, a balconista Kamilly Hiorana, de 20 anos. Ela relatou que o pai procurou o hospital porque estava sentindo muitas dores, pois tem problema na vesícula.

Ela também relatou que o pai teve ferimentos no rosto e na costela. "Estavam só os dois. É a palavra de um contra o outro. Nunca tivemos problema assim, isso porque já moramos em São Paulo. Mas já procuramos a polícia e fizemos o boletim de ocorrência", completou Kamilly.
O G1 também conversou com o médico e chefe do Pronto Socorro da Santa Casa de Presidente Epitácio, Emerson Gimenes, de 44 anos. Ele explicou que estava de plantão no PS na quarta-feira (2) no período da tarde. “Ele entrou pedindo para eu olhar um exame de rotina e eu expliquei que isso poderia ser mostrado no ambulatório e que no Pronto Socorro só é aberto exame de urgência”, falou.
Gimenes contou ainda que o paciente se levantou para ir embora, momento em que o médico avisou que o segurança estava deixando o exame na mesa.
“Ele voltou, pegou o exame, deu um murro na mesa e puxou meu cabelo. Eu fiquei em pé e ele enfiou o dedo no meu olho. Foi quando eu o derrubei no chão, mas acabei caindo junto, pois ele estava agarrado no meu cabelo”, afirmou.

G1