O corpo do ator, diretor, produtor e cantor Luiz Carlos Miele foi enterrado na tarde desta quinta-feira (15) no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Entre aplausos e lágrimas, familiares e amigos se despediram cantando o hino brasileiro.
A esposa de Miele, Anita, ficou ao lado do caixão durante todo o velório, até o sepultamento. Visivelmente consternada, foi consolada por pessoas próximas. O casal ficou junto por mais de 50 anos.
O corpo de Miele ficou na capela E do Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, antes do enterro. Desde o início do velório, que aconteceu na Câmara de Vereadores do Rio, amigos e fãs fizeram questão de frisar a importância do trabalho de Miele.
Roberto Carlos lembrou que sua carreira decolou após seus shows começarem a ser produzidos por Luiz Carlos Miele. O momento mais marcante, foi a apresentação no Canecão, a primeira de maior porte do cantor.
“Nunca tinha feito um show com uma grande produção, uma grande orquestra, e ele foi quem projetou e colou com Ronaldo Bôscoli e produziu. Dali pra frente comecei a fazer shows
Ziraldo chorou ao lado do caixão e discursou para as pessoas que estavam na capela. "Eu não vou falar que foi uma grande perda, pois tudo isso já foi dito. Eu só digo que ele era um showman, um show humano, porque ele era um show de qualquer jeito. Foi uma das melhores pessoas que eu conheci na minha vida. Eu estou muito triste é muito sentido."
O ator e escritor Osmar Prado foi um dos primeiros a chegar à Câmara Municipal, acompanhado de sua esposa, por volta das 8h. Prado afirmou que a arte ficou mais pobre de grandes artistas.
"Eu acho que a morte do Miele é a morte dos abençoados. Eu saio daqui vendo muito do sorriso do Miele. O seu humor fino, a sua classe como artista e o sorriso de Elis Regina, de quem ele foi parceiro, eles se apresentaram juntos. O que eu lamento é que a gente fica mais pobre de grandes artistas", lamentou Osmar Prado.
A atriz Mariana Ximenes também esteve presente no velório de Miele. Fãs, amigos e familiares chegavam a todo momento para se despedir. "Ele era uma pessoa com muito senso de humor e tinha um gosto pela vida. O Miele era muito especial", disse a atriz.
O ator Lúcio Mauro Filho, que vai viver Miele no filme 'Elis', também estava emocionado. "Ele [Miele] participava de todos os processos da área cultural e por isso é uma perda pra cultura nacional. Acima de tudo pelo artista que ele era e pelos artistas que ele lançou e ajudou a tornar rei e rainha, como Roberto Carlos e Elis. Faz duas semanas que eu estive com ele, pois eu interpreto ele no filme 'Elis'. O miele era amigo do meu pai e a vida me proporciou esse encontro com ele. Eu tive a oportunidade de escutar as melhores e piores historias de Miele. Ele ia participar do meu show de bossa nova. Tem uma cena que a gente canta 'over the Rainbow' e jamais poderíamos imaginar que ele estaria 'over the Rainbow' neste fim de semana", disse o ator.
Mal súbito
Miele morreu em sua casa, em São Conrado, Zona Sul do Rio, na manhã desta quarta-feira (14), após sofrer um mal súbito. Seu corpo foi encontrado pela esposa, Anita, caído no chão.
Miele morreu em sua casa, em São Conrado, Zona Sul do Rio, na manhã desta quarta-feira (14), após sofrer um mal súbito. Seu corpo foi encontrado pela esposa, Anita, caído no chão.
Segundo Vania Barbosa, empresária e amiga de Miele e da família, os bombeiros constataram a morte ao chegarem na casa do artista.
“Aparentemente ele não tinha problema de saúde, dor no peito ou algo assim. Mas, ultimamente, nos três últimos meses, ele estava querendo fazer tudo ao mesmo tempo: lançar CD, livros, fazer shows. Não sei mais quanto tempo eu vou estar aí", disse Vania ao G1.
Ela também comentou que Miele teria dito que não sabia quanto tempo ele tinha de vida. "Ultimamente ele comentava que queria fazer tudo ao mesmo tempo. Ele fez o lançamento do livro, queria fazer um CD. Estava nessa gana de trabalho. Ele dizia 'eu não sei quanto tempo mais de vida eu tenho então quero fazer tudo ao mesmo tempo'", disse Vânia Barbosa.
g1