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Policiais tentam evitar novo massacre em penitenciária no RN



Um vídeo gravado pelos agentes penitenciários da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal, mostra a iminência de um novo massacre entre as facções do Sindicato do RN
e PCC. As duas facções estão divididas no espaço que liga os pavilhões. Do lado esquerdo, perto do pavilhão 4, estão os integrantes do Sindicato do RN e, do lado direito, os do PCC. Armados com barras de ferro, paus e pedras, eles montaram barricadas com grades, chapas de ferro dos portões, armários e colchões.


A menos de 300 metros uns dos outros, os detentos trocavam ameaças de invasão de pavilhão. Grades, chapas de ferro dos portões, armários e colchões eram usados como barricadas. Bandeiras das facções eram exibidas pelas unidades, que também tinham pichações alusivas aos grupos criminosos. A polícia assistia de longe.


Ofegante, o agente penitenciário explica o confronto. “O negócio aqui está feio demais. A Polícia Militar está no meio. De vez em quando a gente atira para não deixar haver o confronto. Porque se houver, é morte demais”, relata. A PM tenta conter a situação com bombas de efeito moral e tiros de arma não letal. "A situação é muito tensa", disse o major Wellington Camilo, do Comando da Guarda Penitenciária. Viaturas da Força Nacional e da Polícia Militar fazem o patrulhamento dos arredores do presídio para tentar impedir fugas.


O autor do vídeo prossegue e relata que no “lado” do Sindicato do RN existem ao menos 400 pessoas. Já no do PCC, o número pode chegar a 600 detentos. “Estamos numa situação difícil. Só tem dois oficiais presentes”, relatou o agente, que grava o vídeo de uma guarita localizada exatamente no meio dos dois pavilhões das duas facções rivais.
Inaugurada em 1998 com foco na "humanização", a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, está sem grades nas celas desde uma rebelião em março de 2015. Resultado: os presos circulam livremente e os agentes penitenciários se limitam a ficar próximos à portaria.

Ainda de acordo com a narração do vídeo, o agente relata que o confronto é determinado. “Não temos condições de segurar. A gente vai tentar fazer o que for preciso para que não haja confronto, mas aqui está demais. Com certeza à noite tem confronto. Está todo mundo solto”, ressalta.


Em outro vídeo é possível ter uma visão superior dos detentos aliados à facção Sindicato do RN. Eles estão atrás da barricada, logo ao lado do pavilhão 3. Armados com barras de ferro e pedaços de pau, nas imagens é possível ver mais de 100 detentos reunidos. 



No último fim de semana, uma rebelião de mais de 14 horas em Alcaçuz deixou 26 mortos. Cinco presos identificados como chefes da facção que comandou o massacre do fim de semana foram retirados de Alcaçuz para prestar depoimento e serão transferidos para outros presídios. Nesta terça (17) o governador Robinson Faria disse, em Brasília, que a situação estava sob controle.


Fonte: G1



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