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Fiscalização Abastecimento de água: Ceará registra 1.019 irregularidades


Iniciada em agosto deste ano, a operação da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) de combate a fraudes na rede de abastecimento está perto de alcançar a meta de economia prevista no Plano de Segurança Hídrica da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Dados atualizados sobre a ação mostraram que, desde o começo do trabalho até agora, 1.019 irregularidades foram identificadas na Capital e em municípios adjacentes, e 569 imóveis regularizaram sua situação junto à empresa.

Com as ações, a economia de água obtida no período chegou a 0,07 m³ (70 litros) por segundo, aproximando-se da meta de 0,1 m³ (100 litros) por segundo, que deve ser atingida até o mês de dezembro. Segundo a Cagece, ao todo, 182.110m³ de água foram poupados com a intensificação do trabalho de combate a fraudes. Desde agosto, quase 16 mil imóveis já foram vistoriados pelas 64 equipes encarregadas de identificar irregularidades. A expectativa da empresa é visitar cerca de 69 mil imóveis até março do ano que vem, período de vigência do plano do Governo do Estado.

"Esse período do fim do ano é o mais crítico para trabalhar com o combate à escassez hídrica", afirma a diretora de mercado da Cagece, Cláudia Caixeta. "A gente acha que as nossas perdas de água são só de vazamentos, mas existem muitas fraudes. O que a gente vê é que, onde há fraude, há um desperdício grande de água. Em locais que não têm medição, por exemplo, uma família que consumiria 12 m³, por exemplo, vai consumir 50, 60m³", acrescenta.

Conforme a Cagece, as fraudes são responsáveis por 50% das perdas de água. Segundo as informações de Cláudia Caixeta, as principais irregularidades existentes na Capital e na RMF envolvem violações e alterações no hidrômetro, além de ligações clandestinas direto na rede de abastecimento.

Ela destaca que as fraudes são encontradas em diferentes áreas das cidades, não ficando restritas a bairros menos favorecidos. "Vemos pessoas de maior poder aquisitivo dando voltas no hidrômetro para que não faça medição ou colocando super-ímãs para o hidrômetro girar o contrário e alterar o valor", diz.

Meta

Cláudia afirma que a meta de economizar 0,1m³ de água por segundo, de agosto a dezembro, foi estabelecida para evitar o colapso no abastecimento e um possível racionamento na RMF. "Vivemos um racionamento em 1993, mas a cidade era muito menor. Não sabemos como isso se comportaria hoje", ressalta a diretora de mercado.

"O racionamento, do ponto de vista de saúde pública, é a pior situação que existe, porque submete a população a doenças de veiculação hídrica, já que elas precisam ficar armazenando água", completa.

Fonte: Diário do Nordeste



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