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Um ano após um crime de pistolagem em Caucaia, a pergunta persiste: 'Quem matou e quem mandou matar Eliane Aragão?'

Quase um ano depois da prática de crime com características de pistolagem ter abalado a cidade de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), nem a Polícia, nem a  Justiça deram respostas à sociedade daquele Município. E a pergunta persiste: quem matou e quem mandou matar Eliane Aragão?

O assassinato ocorreu no fim da tarde de 8 de setembro de 2015, nas margens da CE-085, no bairro Mestre Antônio. Naquele horário, a servidora pública municipal Eliane Aragão, 37 anos, mãe de dois filhos, terminava seu expediente no escritório do programa “Minha Casa, Minha Vida” de Caucaia, onde era a gerente. Ao tentar atravessar a rua para retornar ao lar, ela foi surpreendida por dois bandidos numa motocicleta. O desfecho da cena foi sangrento.

O homem que estava na garupa da motocicleta sacou uma arma e atirou várias vezes, à queima-roupa, contra Eliane.  O atirador e seu comparsa fugiram. Eliane foi socorrida para o Hospital de Caucaia e, em seguida, transferida de ambulância para o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro). Não resistiu por muito tempo.

No dia seguinte ao crime, a Polícia deteve um casal como suspeita de envolvimento no assassinato. Um homem identificado por “Lourinho” e uma mulher. Tratava-se de Ana Paula da Silva, que se identificou na Delegacia Metropolitana de Caucaia (DMC) como líder comunitária do bairro Curicaca.

O coronel?

Na porta da delegacia, diante da Imprensa, a mulher negou participação no crime, mas levantou uma importante suspeita. Ana Paula acusou o vice-prefeito de Caucaia e coordenador do programa “Minha Casa, Minha Vida”, coronel Paulo Guerra, de manipular o programa para beneficiar aliados políticos.

Segundo as declarações de Ana Paula, Paulo Guerra teria prometido dinheiro e casas para quem trabalhou com ele na campanha pela eleição do atual governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Guerra teria prometido entregar casas do programa para 30 famílias, mas só cumpriu a metade da suposta promessa de campanha eleitoral.  E mais: Eliane Aragão, a mulher assassinada, estaria sido pressionada pelo vice-prefeito e prometera denunciar as irregularidades.

O vice-prefeito desmentiu as acusações na Imprensa.

Faltando duas semanas para o crime completar um ano, mandantes e assassinos permanecem na mais completa impunidade, e a família da vítima sem respostas. Volta, então, a pergunta:

“Quem matou e quem mandou matar Eliane Aragão?”

Por FERNANDO RIBEIRO 


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