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Jovem queimada pelo ex no RS faz 'vaquinha' para ter prótese na perna

Bárbara Penna, 21 anos, foi agredida e jogada da janela pelo ex-namorado.
Crime ocorreu em 2013 em Porto Alegre; os dois filhos dela morreram.

Após sobreviver a uma queda do terceiro andar de um prédio na Zona Norte de Porto Alegre, e ter o corpo queimado pelo namorado em 2013, a jovem Bárbara Penna de Moraes e Souza, de 22 anos, lançou uma “vaquinha” na web para conseguir arcar com o tratamento (clique aqui para acessar). Ela já passou por 224 cirurgias, e ainda faltam ao menos sete.
A colocação de uma prótese na perna esquerda, porém, é o procedimento mais urgente e custa cerca de R$ 60 mil. A jovem não tem plano de saúde e tem adiado a cirurgia por falta de dinheiro.
“Como meu caso se agravou bastante, não posso atropelar e fazer outro procedimento. Por isso a pressa em arrecadar donativos. A cada dia que passa, minha situação piora. Não posso perder a fé, pelo menos eu tento”, conta ela ao G1.
Além da cirurgia, o valor corresponde a fisioterapias, locomoção e transporte até as consultas médicas e medicamentos. Ela ainda precisa de um transplante de córnea, já que a retina do olho foi queimada no incêndio, e uma prótese no quadril, danificado com a queda.
Em 7 de novembro de 2013, o namorado de Bárbara a atacou após uma briga do casal. Ela estava dormindo quando ele a espancou, despejou álcool no corpo dela e no chão da casa, e ateou fogo. Ao correr para pedir socorro pela janela, Bárbara despencou do terceiro andar do prédio.
O fogo se espalhou pelo apartamento e a fumaça intoxicou e matou Isadora, de dois anos, e João Henrique, de apenas três meses, ambos filhos de Bárbara, que dormiam no quarto. Um vizinho, Mario Ênio Pagliarini, de 76 anos, morador do sexto andar, percebeu o fogo e desceu as escadas. Ele não resistiu e morreu no corredor, também sufocado pela fumaça.
Impedida de trabalhar por conta das limitações do corpo em função do incêndio e da queda, Bárbara iniciou o tratamento pelo Sistema Único de Saúde. No entanto, nem todas as necessidades são contempladas pelo SUS.

Na data que comemora 22 anos, ela resolveu reforçar a campanha e criou um evento, marcado para este domingo (6). Ela irá reunir amigos, familiares e apoiadores no Parque da Redenção, na capital.
“Sou muito grata a Deus, aos médicos e pessoas que torceram por mim, para que eu estivesse hoje viva, falando do meu caso e alertando para que isso não ocorra com mais ninguém”, afirma. “Meu objetivo é que minha história chegue a mais lares e que através disso se possa conscientizar as pessoas. Não quero que novas "Barbaras" surjam e que mais famílias sejam destruídas pela raiva e intolerância”, acrescentou.
O ex-namorado e réu, João Guatimozin Moojen Neto, hoje com 25 anos, está preso desde o dia do crime e aguarda julgamento. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por três homicídios culposos triplamente qualificados, uma tentativa de homicídio e pelo fato de ter provocado o fogo no apartamento.
“Ainda tenho medo que ele seja solto, já recebi muitas mensagens de perfis falsos de redes sociais em que fui ameaçada de morte. Não posso acusar nada, pois, isso ainda está sobre investigação. Mas nunca tive inimigos e problema com qualquer outra pessoa”, desabafa ela.

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